terça-feira, 28 de janeiro de 2014

O MESTRE DO DIVÃ

Na medicina o diagnóstico é fundamental; na psicanálise, não. Ao contrário, é até contraproducente. Embora não seja médico nem psicanalista, percebo que só estamos preparados para ouvir o que temos condições emocionais de assimilar. Quando alguém nos mostra uma possível verdade a nosso respeito de modo claro e objetivo, a tendência é ficarmos na defensiva. E todos sabemos que a autodefesa e a autoindulgência são igualmente inimigas da mundança. Diz o senso comum que o mestre aparece quando o discípulo está pronto. No processo psicanalítico, penso, isso acontece de um modo muito peculiar. O psicanalista prepara o caminho, mas ele não é o mestre. O mestre é o próprio paciente.



2 comentários:

  1. Olá Djalma, muito bom texto. Um retoque. Não só psicanalistas mas terapeutas formados nas mais diversas vertentes - Gestalt, Psicodrama, Sistêmica - conduzem seu trabalho embasado não em diagnósticos, mas, como você bem escreveu, "até onde o cliente pode caminhar". Dá-se a mão e trilha-se o caminho, até onde cada um esbarra no seu limite.

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