Liberdade move o desejo de viver; segurança, o de sobreviver. Liberdade traz alegria, mas também insegurança, que gera angústia. Segurança traz conforto, mas também restrição, que gera igualmente angústia. Assim voltamos ao início: liberdade ou segurança? Viver a liberdade com segurança me parece uma assertiva um tanto poética e superficial, já que uma coisa sempre interfere visceralmente noutra. Talvez o melhor caminho seja avaliar qual liberdade estamos dispostos a restringir em nome da segurança. Mas essa proposição também é falha porque, além de subjetiva, é inconclusiva. E por uma mera expectativa de segurança, já que não existe segurança plena, pagamos um alto preço, debitado sempre do nosso desejo instintivo de liberdade irrestrita. Ou seja: queremos a liberdade de viver, mas, em regra, acabamos optando humildemente pela segurança de sobreviver. Nesse ponto, tanto a ideologia quanto sua prima-irmã, a alienação, se prestam a minimizar o fato de que, no fundo, viver não é muito mais que apenas sobreviver, pois todo sentido que se queira dar à vida, além da sua própria sobrevivência, não passa de uma romantização que alivia a pressão da luta incessante que é sobreviver física e emocionalmente.
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
LIBERDADE OU SEGURANÇA?
Liberdade move o desejo de viver; segurança, o de sobreviver. Liberdade traz alegria, mas também insegurança, que gera angústia. Segurança traz conforto, mas também restrição, que gera igualmente angústia. Assim voltamos ao início: liberdade ou segurança? Viver a liberdade com segurança me parece uma assertiva um tanto poética e superficial, já que uma coisa sempre interfere visceralmente noutra. Talvez o melhor caminho seja avaliar qual liberdade estamos dispostos a restringir em nome da segurança. Mas essa proposição também é falha porque, além de subjetiva, é inconclusiva. E por uma mera expectativa de segurança, já que não existe segurança plena, pagamos um alto preço, debitado sempre do nosso desejo instintivo de liberdade irrestrita. Ou seja: queremos a liberdade de viver, mas, em regra, acabamos optando humildemente pela segurança de sobreviver. Nesse ponto, tanto a ideologia quanto sua prima-irmã, a alienação, se prestam a minimizar o fato de que, no fundo, viver não é muito mais que apenas sobreviver, pois todo sentido que se queira dar à vida, além da sua própria sobrevivência, não passa de uma romantização que alivia a pressão da luta incessante que é sobreviver física e emocionalmente.
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Djalma, os seus pensamentos são realistas e desprovidos de qualquer ilusão e eu concordo com você. É triste a constatação de que apenas sobrevivemos, não? Penso que o simples fato de cedermos ao mercado de consumo e aos padrões da sociedade já nos torna cativos de nossa liberdade. Além disso, quem busca a liberdade pode se deparar com solidão, incompreensão e inadaptação. Assustador, não é mesmo? Mas ainda encontro lugar na minha vida para o velho clichê: um sonho de liberdade...
ResponderExcluirGostei do que disse, Deborah. Ainda que incompreendidos, ou mesmo rejeitados, a gente sempre pode formar uma pequena mas heróica resistência...
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