Dar amor é difícil, principalmente a quem amamos. "Síndrome de Madre Teresa" poderia ser o nome do impulso que move alguém a dar amor a estranhos diante da dificuldade de dá-lo a quem ama ou, ainda, para preencher a lacuna do medo de se relacionar afetivamente. Mas amar estranhos abnegadamente não é bonito, benéfico e necessário? Sim, é tudo isso, mas na maioria das vezes também é uma fuga emocional. Explico: quem recebe esse amor, em regra pessoas carentes de afeto, saúde, comida, cuidados, atenção, não está em condição de cobrar nada além. O vínculo que une caridoso e carente é efêmero, porque nasce e morre a cada contato. Suas vidas não se misturam nem se confundem. É uma relação tão bela quanto desigual. Já nos relacionamentos afetivos e familiares, os vínculos são sólidos, contínuos, quase eternos e, não raro, confusos e muito desgastantes. A convivência mina diariamente nossas melhores intenções. Como disse, dar amor é difícil, principalmente a quem amamos: exige entrega, reciprocidade e responsabilidade. Por isso, da ótica emocional, distribuir amor assim de modo indistinto em larga escala será sempre uma tarefa menos árdua. Esses breves encontros entre abnegados e necessitados são a metáfora do amor ideal, onde um e outro dão o melhor de si, oferecendo mutuamente as melhores facetas. Há amor, sem dúvida, mas não há convivência nem intimidade, por isso funciona maravilhosamente.
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
"SÍNDROME DE MADRE TERESA"
Dar amor é difícil, principalmente a quem amamos. "Síndrome de Madre Teresa" poderia ser o nome do impulso que move alguém a dar amor a estranhos diante da dificuldade de dá-lo a quem ama ou, ainda, para preencher a lacuna do medo de se relacionar afetivamente. Mas amar estranhos abnegadamente não é bonito, benéfico e necessário? Sim, é tudo isso, mas na maioria das vezes também é uma fuga emocional. Explico: quem recebe esse amor, em regra pessoas carentes de afeto, saúde, comida, cuidados, atenção, não está em condição de cobrar nada além. O vínculo que une caridoso e carente é efêmero, porque nasce e morre a cada contato. Suas vidas não se misturam nem se confundem. É uma relação tão bela quanto desigual. Já nos relacionamentos afetivos e familiares, os vínculos são sólidos, contínuos, quase eternos e, não raro, confusos e muito desgastantes. A convivência mina diariamente nossas melhores intenções. Como disse, dar amor é difícil, principalmente a quem amamos: exige entrega, reciprocidade e responsabilidade. Por isso, da ótica emocional, distribuir amor assim de modo indistinto em larga escala será sempre uma tarefa menos árdua. Esses breves encontros entre abnegados e necessitados são a metáfora do amor ideal, onde um e outro dão o melhor de si, oferecendo mutuamente as melhores facetas. Há amor, sem dúvida, mas não há convivência nem intimidade, por isso funciona maravilhosamente.
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Uma visão bem interessante do assunto. Mas que certamente não se aplica às pessoas cujo trabalho voluntário é feito na proteção animal. ;-)
ResponderExcluirRisos... Realmente acho que não se aplica, Mila. Obrigado por sua leitura e comentário.
ResponderExcluirDjalma, o que você sabe sobre o trabalho de Madre Tereza para escrever uma besteira dessas?
ResponderExcluirInforme-se antes de utilizar o nome da Beata em seus artigos de opinião.
A Igreja Católica é, desde sempre, contrária ao proselitismo, e sob hipótese alguma Madre Teresa agiria da maneira que você descreveu.
Se você não tem a Deus como o centro da sua vida, não sabe o que é o verdadeiro amor e jamais entenderá as obras de Madre Tereza.
O que a Igreja propõe nesse sentido, entre outros, é o Princípio da Subsidiariedade.
Em tempo: Obviamente, quando falo da subsidiariedade, estou me referindo à Doutrina Social da Igreja Católica, da qual muito se fala, mas pouco se sabe.
ResponderExcluirHernando, você tem todo direito de achar que escrevi besteira, mas o texto não faz alusão à vida nem à obra de Madre Teresa de Calcutá. Trata-se de um enfoque de uma questão emocional totalmente genérica, sendo que o nome dela só foi utilizado para melhor visualização da questão comportamental. De qualquer forma, sou responsável por minhas palavras e não por sua interpretação.
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