terça-feira, 28 de julho de 2015

EU PAGO IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO

Cumprir a lei não deveria motivar um texto; deveria ser apenas a regra, o normal. Pela segunda vez compro equipamentos eletrônicos no exterior e pela segunda vez sou o único a pagar os 50% sobre o excedente da cota dos 500 dólares numa sala de desembarque lotada. Antes da viagem, confesso ter cogitado arriscar e me dirigir placidamente para a fila dos que não têm nada a declarar, como a maioria. Mas a possibilidade, ainda que remota, de ser parado na alfândega me enchia de medo e de vergonha. Discuti o assunto em casa, argumentei que era revoltante pagar esse imposto quando praticamente ninguém faz isso. Então meu filho Mateus me lembrou que ética é fazer o certo independentemente do que os outros fazem. 





segunda-feira, 13 de julho de 2015

POR QUE SOU ATEU

Tinha 11 anos quando um amigo de escola disse não acreditar em Deus. Que coragem!, pensei. Mais tarde, com 23, também deixei de acreditar. Percebi que com ou sem fé quase tudo está além da nossa capacidade e vontade, que usamos Deus para justificar nossas convicções e não o contrário. Então não sou ateu por revolta, mas porque Deus não é um conceito natural e sem Ele a vida me faz mais sentido. É claro que a perspectiva da morte me causa angústia, mas isso não me impede de viver (e nem de morrer) com a cabeça erguida. 



sexta-feira, 10 de julho de 2015

DIREITOS HUMANOS

Ápice formal da civilização, a Declaração Universal dos Direitos Humanos torna iguais todos os cidadãos do mundo. Por isso todos têm direito ao devido processo legal e às condições mínimas de dignidade, mesmo na condição de detento. Porém um criminoso é, antes de tudo, alguém que não respeitou os direitos humanos de outra pessoa. Sim, todos têm direito à dignidade e à vida, mas quando os algozes despertam mais comoção do que suas vítimas é porque algo está profundamente errado.




terça-feira, 7 de julho de 2015

O QUE A ESCOLA DEVE ENSINAR

Não creio ser da escola a tarefa de ensinar sobre comportamento sexual ou crenças religiosas. A agenda escolar, penso, deve se ater ao ensino da ciência e da cidadania, valorizando e cobrando o respeito, inclusive quanto à sexualidade e à religião de cada um. Formar o ser humano é encargo da família, não da escola. E quando a família falha? Ah, daí tanto a escola quanto a sociedade padecem da mesma forma.