A imposição da autoridade legalmente constituída fora do exercício da função pública, além de crime de abuso, é uma excrescência. A autoridade só o é no pleno exercício da sua atividade funcional. Fora disso não é mais que um cidadão como outro qualquer, com os mesmos direitos e deveres. Eis o ponto: ser cidadão não é pouco. Na verdade é muito. É mais, inclusive, do que ser autoridade. Isso porque o conceito de cidadania é o fruto mais nobre da evolução do pensamento e da ética humana. Enquanto a autoridade sempre flerta com o uso da força, por vezes necessária, a cidadania mantém seus laços firmemente atados à dignidade. Por isso a humanidade sai fortalecida quando na vida civil alguém se identifica apenas como um cidadão.