quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

O SUICIDA E O HOMICIDA

Nada aconteceu, mas poderia. Rua Vicente Machado, centro de Curitiba. Aguardo na faixa o sinal de pedestres, que está vermelho. Eis que passa ao meu lado um homem que, apertando o passo, atravessa a rua assim mesmo. Na última faixa de trânsito de automóveis, porém, no final da travessia, ele tem que correr de verdade. Isso porque o motorista de um pequeno caminhão, que vinha em velocidade mediana, mas compatível, simplesmente resolveu pisar no acelerador. Assim termina a história, com o pedestre suicida chegando são e salvo do outro lado da rua, e o motorista homicida seguindo seu destino, como se nada tivesse acontecido. Aliás, nada aconteceu mesmo, mas poderia. 







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