Uma coisa que me irrita é essa mendicância generalizada. É um tal de me dá um trocadinho aí! Em Buenos Aires, onde a crise está pegando, não vi pedintes nem flanelinhas. Lá, ao que parece, persiste o culto (meio fora de moda) à dignidade. Bem sabem eles que pedir é algo profundamente indigno, por isso não pedem. Também não pedem porque não ganham nada de ninguém. Eles não gostam de quem não trabalha e ponto final. Aqui a dinâmica é diferente: pedir é uma forma alternativa de sustento. Então damos os trocadinhos solicitados. Primeiro, para nos livrar da presença inconveniente do pedinte. Segundo, por medo. E terceiro, por uma inconfessável e tola compensação de parecermos "bons". Afinal, nós temos "sorte" de termos o que temos, enquanto essas "pobres" pessoas não têm outra opção de vida. Sei...
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