Sou um controlador compulsivo, confesso. Desejo controlar tudo, sempre. É um inferno, que me põe num estado constante de ansiedade porque, na verdade, não controlo nada. E como isso é desgastante, ainda mais para quem não tem um deus a delegar o desejo próprio, mesquinho, de controlar tudo à sua volta. Aos que têm fé, ao menos há o alento de que alguém estaria controlando tudo, para o bem e para o mal. Mas, repito, penso que isso não passe de uma mera delegação do desejo individual por controle. Assim desconfio que todos somos visitados pela angústia da falta de controle, de um modo ou de outro. Talvez o melhor da vida seja justamente nos deixar ser levados, como num rio de corredeira, onde não há outra alternativa senão seguir seu curso. O problema é que não sabemos aonde esse rio nos levará. Então sucumbimos ao desejo de nadar contra a corrente.
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Controlando nada
Sou um controlador compulsivo, confesso. Desejo controlar tudo, sempre. É um inferno, que me põe num estado constante de ansiedade porque, na verdade, não controlo nada. E como isso é desgastante, ainda mais para quem não tem um deus a delegar o desejo próprio, mesquinho, de controlar tudo à sua volta. Aos que têm fé, ao menos há o alento de que alguém estaria controlando tudo, para o bem e para o mal. Mas, repito, penso que isso não passe de uma mera delegação do desejo individual por controle. Assim desconfio que todos somos visitados pela angústia da falta de controle, de um modo ou de outro. Talvez o melhor da vida seja justamente nos deixar ser levados, como num rio de corredeira, onde não há outra alternativa senão seguir seu curso. O problema é que não sabemos aonde esse rio nos levará. Então sucumbimos ao desejo de nadar contra a corrente.
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