terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A MINHA CARTINHA

Querido Papai Noel, é a primeira vez que lhe escrevo. Nunca fui um pedidor, nem mesmo quando ainda acreditava em Deus. Então não sei muito bem o que dizer e nem como. Pedir sempre me pareceu um gesto egoísta. Mas não escrevo esta para criticar quem pede. Pedir faz bem para as emoções, ao menos é o que dizem. Se fosse pedir algo, pediria coisas impossíveis ou improváveis. Que a vida da gente fosse sempre saudável, sem doenças, vírus e bactérias, que chegássemos aos oitenta, noventa anos sem sustos ou sofrimentos físicos. Também gostaria de voltar a me relacionar com meu pai. Nada além do banal, do normal. Mas conflitos também são banais e normais. É estranho ter um pai que opta por não conviver com você. Ainda que ele tenha suas razões e convicções, todos as temos, é sempre um desperdício, um triste efeito colateral da vida. Mas no Natal não se deve ficar triste. Suas cores e sons enchem os corações de alegria e encantamento. Sem dúvida o mundo seria mais triste sem ele. Então, Papai Noel, peço apenas um Natal feliz, com todos que amo bem próximos e saudáveis, inclusive... meu pai.

3 comentários:

  1. Caro Amigo

    Pensei em várias coisas e formas de dizer e não ser piegas. Existem amores que prevalecem aos conflitos, independente da intensidade e do tempo em que os tocamos. Pode as vezes ser breve e por certo continuará a ser difícil. O não neste caso é o vazio definitivo, é nosso conflito maior, a inexistência sem retorno. Tua carta é um sim.
    Abc

    ResponderExcluir
  2. Querido filho, passei só para dizer que eu te amo.
    Por isto tenho deixado você viver na teimosia do teu coração.Seguindo teus próprios conselhos. Ah!
    Se você me ouvisse!Eu te sustentaria com o trigo mais fino e te saciaria com o mel que escorre da rocha. Não posso prometer que daria o que você pede, mas o que você precisa,e você ficaria muito satisfeito mesmo em meio às adversidades. Com carinho.

    ResponderExcluir
  3. Paulo e Sandra, obrigado por suas constantes leituras e seus abalizados comentários. Abraços.

    ResponderExcluir