Meu filho Gabriel recebeu a incumbência escolar de escrever sobre algum grupo que sofre intolerância social. Deveria fotografá-lo, inclusive. Leve um retrato da nossa família!, sugeri. Diante da sua reticência, perguntei se ao estudarem os grupos religiosos era mencionada a existência dos ateus. Não, não era. Quer intolerância maior a um grupo que tem a própria existência omitida? Daí ele se convenceu. O professor, surpreso com o ineditismo da abordagem, quis saber se ele sofria de fato preconceito por ser ateu. Como a resposta foi afirmativa, prometeu rever o programa da disciplina. É possível que a promessa tenha caído no esquecimento (isso foi em 2012), mas ao menos a nossa família permaneceu por alguns dias, feliz e sorridente, no quadro dos melhores trabalhos de religião.
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