terça-feira, 8 de maio de 2012

NÃO QUERO MORRER HOJE

Não quero morrer hoje, nem nunca. Gosto de viver, sobretudo por mim mesmo. Digo isso porque minha existência, apesar de muito amada por quem me cerca, não é imprescindível, nem mesmo para meus filhos, hoje adolescentes. Muitos desejam que a morte venha somente depois dos filhos estarem devidamente encaminhados. Ocorre que a vida não oferece certeza nem estabilidade. Penso que o único encaminhamento que pais podem (e devem) proporcionar a seus filhos é o de uma boa educação. Ou, por outra: a necessidade da presença física dos pais se esgota muito cedo na vida dos filhos, sejam eles bem ou mal educados. Tal afirmação, porém, se contrapõe a dois comportamentos corriqueiros: tentar compensar materialmente lacunas emocionais e tentar eternizar a dependência filial como propósito único de vida. Como disse, não quero morrer hoje, mas, se morrer, penso já ter dado a meus filhos as ferramentas mentais e emocionais para que construam seu próprio caminho. Agora, se irão de fato usá-las isso já não dependerá de mim.

3 comentários:

  1. Djalminha:
    Um texto bem confortante, principalmente para quem é pai.
    *ainda bem que a ilustração foi uma caixa de ferramentas!

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  2. Obrigado, amigo querido. Até pensei em outras alternativas, mas julguei todas muito fúnebres... (rs)

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  3. A pedido, publico o e-mail a mim dirigido pela amiga Ana Paula Döring quem a agradeço a leitura e as palavras. Um beijo pra vc, Ana. Djalma

    "Boas reflexões Djalma! Morrer em paz tem muito a ver sim com deixar os filhos “prontos” (ou melhor dizendo, preparados) para o mundo. Não tenho filhos biológicos, mas penso que se tivesse essa seria uma das minhas principais preocupações ao morrer. Coincidentemente, esta semana eu também pensei que não quero morrer já. A idade vai chegando e estes pensamentos vêm à mente. Bastou fazer 40 anos e estas questões aparecem...
    Mas na realidade tem mais uma coisa, além é claro de gostar bastante da vida, que me faz querer levar mais tempo para morrer. Meus projetos para contribuir com o mundo (pelo menos é assim que eu os enxergo). São alguns filhos não biológicos, mas filhos do espírito, da alma, que precisam ainda nascer. E isso leva tempo. E tempo leva à necessidade direta de não morrer. Então, Deus, me dê, por favor muitos anos ainda para que eu faça o que precisa ser feito nesta vida! E peço também a Deus que dê mais tempo de vida a todos que lhe pedem, como o amigo Djalma, autor deste blog. Abraço e obrigada pelos pensamentos coletivos que promove! Ana Paula"

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