segunda-feira, 13 de agosto de 2012

FAZENDO AS PAZES


Um amigo fez as pazes com seu pai num templo budista: perdoou e sentiu-se perdoado. Bonito, sem dúvida. Mas o fato de o pai ter morrido muitos anos antes disso foi fundamental para o desfecho pacífico da história. Relacionamentos são complicados, uns mais outros menos. Isso porque temos todos carências, vontades e necessidades não atendidas por quem amamos. Aliás, é fácil identificá-las em si próprio. Difícil é identificar essas mesmas carências, vontades e necessidades no outro. Por essa razão, relacionamentos só funcionam quando bilaterais e recíprocos, em intenções, sentimentos e atitudes. Caso contrário, há sempre muita dor, frustração e mágoa. Só mesmo a morte para resolver um relacionamento que a vida não deu conta de fazê-lo. Na verdade, nesse caso, não se resolve: o que se faz são as pazes com a própria consciência.

2 comentários:

  1. Verdade, relacionamentos são dificilimos, nem sempre, a meu ver, a morte resolve, muitas vezes é bom tentar resolver tudo em vida ou ceder em algumas coisas...o que me questiono as vezes é se esse pai, mesmo depois de morto, não teve nada haver com esse perdão...

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  2. Não sei se em espírito, como você implicitamente sugere, Luciano, mas em memória certamente. Obrigado por mais um comentário instigante. Abraço.

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