Essa semana se realizará mais um casamento na família real inglesa e o mundo já está excitado, como se todos fossem convidados para a cerimônia que, como sempre, será de pompa e circunstância. Nada contra. Desde a Roma antiga se sabe que o povo não precisa só de pão, mas principalmente, e cada vez mais, de circo. Se a tradicional monarquia britânica não tem mais o poder político de outrora, tem ela, ainda, outro, tão grande quanto, que é o de personificar contos de fadas, essas histórias emblemáticas que alimentam há séculos o gosto humano por beleza e encantamento. Mas todo conto que se preze tem a dicotomia entre o bem e o mal. E este, que se inicia agora, não será diferente, pois a mesma população que irá consumir extasiada toda a felicidade e beleza desse momento de união, logo estará ávida para consumir toda a eventual tristeza e intriga que puderem ter conhecimento deste mesmo casal aparentemente perfeito. Assim o casamento real poderá cumprir seu ciclo no imaginário de todos. Primeiro o encantamento, por conta da super exposição de sua vida rica e cheia de glamour. Depois a certeza de que isso é ilusão, porque todo casal, no fim das contas, é sempre um casal, repleto de sentimentos antagônicos, seja ele feito de nobres ou plebeus.
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