Bom dia, polêmica! Companheira constante, uma vez mais venho ter contigo. Eis a questão: se o trabalho dignifica o homem, se de seu suor compramos o pão nosso de cada dia, por que preso não trabalha? Sim, há poucos que trabalham em troca do benefício da diminuição de sua pena. Já a maciça maioria não trabalha porque simplesmente não quer. Talvez por terem mais o que fazer (ou não fazer) dentro dos presídios. Mas todos eles comem e de graça, aliás. Trabalhador, rico ou pobre, tem que trabalhar para comer; presidiário, não. Qual a lógica disso? O trabalho nos presídios não seria a mínima contrapartida para o custo elevado que cada detento representa para todos nós? Sugestão: não trabalha não come. Ah, trabalho forçado é crueldade! Será mesmo? Trabalho ou ócio: o que traz mais benefício ao ser humano? Trabalho é trabalho, forçado ou espontâneo, livre ou vigiado, amado ou odiado, criativo ou robotizado. Trabalhar, ainda que a contragosto, é absolutamente necessário porque sem trabalho começamos a morrer, de um jeito ou de outro.
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
PRESO NÃO TRABALHA, MAS COME
Bom dia, polêmica! Companheira constante, uma vez mais venho ter contigo. Eis a questão: se o trabalho dignifica o homem, se de seu suor compramos o pão nosso de cada dia, por que preso não trabalha? Sim, há poucos que trabalham em troca do benefício da diminuição de sua pena. Já a maciça maioria não trabalha porque simplesmente não quer. Talvez por terem mais o que fazer (ou não fazer) dentro dos presídios. Mas todos eles comem e de graça, aliás. Trabalhador, rico ou pobre, tem que trabalhar para comer; presidiário, não. Qual a lógica disso? O trabalho nos presídios não seria a mínima contrapartida para o custo elevado que cada detento representa para todos nós? Sugestão: não trabalha não come. Ah, trabalho forçado é crueldade! Será mesmo? Trabalho ou ócio: o que traz mais benefício ao ser humano? Trabalho é trabalho, forçado ou espontâneo, livre ou vigiado, amado ou odiado, criativo ou robotizado. Trabalhar, ainda que a contragosto, é absolutamente necessário porque sem trabalho começamos a morrer, de um jeito ou de outro.
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
MEU VIZINHO MORREU NO JARDIM
Um sol radioso iluminava a manhã. Era sábado. Preguiçoso, eu lia um livro confortavelmente instalado em minha casa. Foi quando tudo aconteceu. Primeiro o grito, depois o choro, ambos femininos, vindos de um quintal vizinho, a duas casas da minha. O socorro veio em seguida, um corre-corre danado. Mais lamentações. Como nada se pode fazer, acabaram por levá-lo, desoladamente inerte numa maca. Assisti a tudo, impotente. Eis o fato: meu vizinho morreu de um modo rápido, fulminante, cuidando do seu jardim. Passado o choque e a perplexidade, pensei na dignidade e na beleza daquela doce morte domiciliar. Sim, doce, porque a morte lhe veio como a visita de uma velha amiga: sem alarde, sem susto, sem sangue, sem dor, sem hospital, sem tubos, sem cortes, sem tiro, sem terror. Foi triste, é verdade, como toda morte. Mas a tristeza é um sentimento nobre e nela cabe a poesia. No mesmo jardim, mais tarde, novamente pairava o silêncio de uma manhã que, alheia, continuava luminosa e bela. Até hoje não sei o nome do meu vizinho, mas sei que ele morreu em casa, com as mãos sujas de terra, entre suas plantas e suas flores, sem lágrimas e sem adeus. Dorival Caymmi disse que é doce morrer no mar. Naquela manhã vi que também é doce morrer no jardim.
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
EU TENHO PRECONCEITO
Menti no título. Eu tenho muitos preconceitos (assim, no plural). Alguns deles, genéricos e inofensivos. Exemplo: para mim, quem assovia é sempre um chato. Outros, mais sérios e específicos, dos quais não me orgulho, ao contrário, sinto vergonha em tê-los, por isso guardo-os só para mim.A origem do preconceito está na percepção que cada indivíduo tem da realidade e de como ela o afeta, mas também pode ser adquirido por influência do meio. Por isso, sempre haverá preconceito, tamanha a diversidade da aparência e do comportamento humano. Eis aonde queria chegar: o problema não está no preconceito em si, porque este decorre do direito ao livre pensamento, mas em não reconhecê-lo como tal. Quem não enxerga isso, acredita que existe mesmo algum fundamento científico, natural ou espiritual numa premissa tão inconsistente como a que sustenta todo pensamento preconceituoso. Ou seja, crê que seu preconceito não é preconceito, mas verdade real e absoluta. Assim nasce a discriminação, que é um crime repugnante. Nunca é demais lembrar que a prudente distância entre o que se pensa e o que se faz é um dos pilares da nossa evolução como espécie e, por isso mesmo, deve ser preservada para o bem de todos.
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
O BEM E O MAL DO POLITICAMENTE CORRETO
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
"SÍNDROME DE MADRE TERESA"
Dar amor é difícil, principalmente a quem amamos. "Síndrome de Madre Teresa" poderia ser o nome do impulso que move alguém a dar amor a estranhos diante da dificuldade de dá-lo a quem ama ou, ainda, para preencher a lacuna do medo de se relacionar afetivamente. Mas amar estranhos abnegadamente não é bonito, benéfico e necessário? Sim, é tudo isso, mas na maioria das vezes também é uma fuga emocional. Explico: quem recebe esse amor, em regra pessoas carentes de afeto, saúde, comida, cuidados, atenção, não está em condição de cobrar nada além. O vínculo que une caridoso e carente é efêmero, porque nasce e morre a cada contato. Suas vidas não se misturam nem se confundem. É uma relação tão bela quanto desigual. Já nos relacionamentos afetivos e familiares, os vínculos são sólidos, contínuos, quase eternos e, não raro, confusos e muito desgastantes. A convivência mina diariamente nossas melhores intenções. Como disse, dar amor é difícil, principalmente a quem amamos: exige entrega, reciprocidade e responsabilidade. Por isso, da ótica emocional, distribuir amor assim de modo indistinto em larga escala será sempre uma tarefa menos árdua. Esses breves encontros entre abnegados e necessitados são a metáfora do amor ideal, onde um e outro dão o melhor de si, oferecendo mutuamente as melhores facetas. Há amor, sem dúvida, mas não há convivência nem intimidade, por isso funciona maravilhosamente.
terça-feira, 4 de outubro de 2011
CASAMENTO GAY
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