quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O BEM E O MAL DO POLITICAMENTE CORRETO

Antes era chique ser politicamente correto. Hoje, como isso se tornou lugar- comum, mais chique ainda é ser contra o politicamente correto. Afinal, atitude é tudo, sempre foi, ainda que apenas retórica. No mundo real, longe da retórica, uma sociedade não costuma tolerar ações sem as respectivas responsabilidades. Por isso no cotidiano é assim:  contra o politicamente correto quando se é "pedra" e a favor, quando se é "janela". A meu ver, em termos práticos, o politicamente correto trouxe o bem da  possibilidade de se dizer não a antigos hábitos e transgressões sociais, antes toleradas ou até incentivadas. Todavia ao mesmo tempo trouxe o mal da sensação de constante policiamento, onde aparentemente nada pode ser dito ou feito sem que alguém grite ofendido. Liberdade, sim, mas permissiva ou vigiada? A sociedade tem se debatido com essa questão sem um consenso e convivido com exageros de parte a parte, o que é normal, porque é da essência humana a inconstância cíclica de seus próprios limites.



2 comentários:

  1. Caro Djalma, também já fiz minhas reflexões sobre este tema. O que não tenho dúvida é que a ideia do politicamente correto serve para o bem e para o mal. Igual a qualquer coisa que há no mundo. Parece-me que nada que existe na vida (ou quase nada, para não ser acusado de generalizar), especialmente as criações humanas, por si mesmas, são neutras. Posso usar as mãos para uma carícia ou para uma bofetada. Posso usar as palavras para agradecer ou para vociferar. Posso usar a boca para beijar ou para escarrar. Posso usar uma pá para plantar ou para matar. O discurso do politicamente correto muitas vezes é mera figura de retórica. Há, como afirmastes, distância muito grande entre o pensar/sentir e o fazer, entre a teoria e a prática, entre o ideal e o real. Liberdade, depois da vida (e o que a ela se liga), para meu coração e minha mente, é o que há de mais valioso. Para pensar, fazer e falar. Claro, nada é absoluto. Tudo tem limites, pena de inviabilizar a convivência humana. Não aceito a intolerância e nem reputo justo ser condenado porque desagradei a pessoas ou grupos de pessoas com a expressão do meu pensamento. Abraços fraternos. Mauro.

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  2. Obrigado, Mauro. Seus comentários são sempre ponderados e oportunos. Abraço.

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