Dívida social e desigualdade social seriam as justificativas para a existência das cotas raciais que garantem a negros e pardos parte das vagas das universidades públicas. Da pobreza fazem parte indistintamente brancos, negros, pardos, etc, logo as cotas não se justificam sob esse aspecto. Mas e a dívida social que os brancos têm com os negros? Realmente a escravidão é uma página nefasta da história, mas também irreparável. Isso porque tanto os que a promoveram quanto os que a sofreram já estão mortos há muito tempo. Penso que a forma mais digna de se honrar a memória dos antigos escravos seja justamente garantir a igualdade racial a seus descendentes. Eis o ponto aonde queria chegar. Racismo não é justamente decidir algo comum a todos pelo critério míope da cor da pele? O que seriam as cotas então, racismo do bem? Racismo é racismo, sempre. Esse sistema não é uma conquista, mas um retrocesso. E, bem analisando, é perverso justamente com quem se pretende beneficiar, porque lhe retira a possibilidade do mérito sem a humilhante caridade legal.
sexta-feira, 27 de abril de 2012
COTAS DA HUMILHAÇÃO
Dívida social e desigualdade social seriam as justificativas para a existência das cotas raciais que garantem a negros e pardos parte das vagas das universidades públicas. Da pobreza fazem parte indistintamente brancos, negros, pardos, etc, logo as cotas não se justificam sob esse aspecto. Mas e a dívida social que os brancos têm com os negros? Realmente a escravidão é uma página nefasta da história, mas também irreparável. Isso porque tanto os que a promoveram quanto os que a sofreram já estão mortos há muito tempo. Penso que a forma mais digna de se honrar a memória dos antigos escravos seja justamente garantir a igualdade racial a seus descendentes. Eis o ponto aonde queria chegar. Racismo não é justamente decidir algo comum a todos pelo critério míope da cor da pele? O que seriam as cotas então, racismo do bem? Racismo é racismo, sempre. Esse sistema não é uma conquista, mas um retrocesso. E, bem analisando, é perverso justamente com quem se pretende beneficiar, porque lhe retira a possibilidade do mérito sem a humilhante caridade legal.
terça-feira, 24 de abril de 2012
ALIANÇA
Foi um acidente de carro que matou sua mulher. Desesperou-se. Como viveria sem ela? Muito companheiros e dependentes um do outro, assim eram felizes, mesmo com as rusgas cotidianas. No velório viram que a morta ainda estava com a aliança de casamento. Alguém recomendou tirá-la. Olharam na sua direção, mas como ele, entorpecido de dor, não disse nem sim nem não, tiraram-na do dedo anelar esquerdo, onde esteve por quarenta anos. Quarenta anos, uma vida!, disse-lhe um homem cuja identidade lhe escapara por completo no momento. Quando fecharam o caixão na sepultura, ele, indignado: eu não posso deixá-la aqui sozinha! O irmão se aproximou pegando em seu braço: ela já está em outro lugar, muito melhor do que a gente. Ele não respondeu nada, mas duvidou. Veio a noite e, deitado na cama ainda com a roupa do enterro, sentiu todo o peso da solidão. Resolveu sair. Depois de rodar a cidade, acabou indo ao cemitério. Deu um trocado ao vigia e entrou. Defronte ao jazigo da mulher, disse: amor, não consegui dormir sem você. Olha só, eu trouxe a sua aliança...
Do livro "As coisas que chamamos de nossas".
Do livro "As coisas que chamamos de nossas".
terça-feira, 17 de abril de 2012
VOCÊ É O QUE VOCÊ FAZ
segunda-feira, 9 de abril de 2012
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
quarta-feira, 4 de abril de 2012
APRENDER PARA ESQUECER
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