Quando soube que eras um menino
Como o som de um sino
Algo dentro de mim dizia:
_É teu filho, que tanto querias!
Poderia ser uma menina
A nossa doce Carolina
Mas a vontade da natureza
Nossa soberana, nossa alteza
Foi de que se fecundasse um menino
Uma flor do sexo masculino.
Ah! Meu filho, pedacinho de mim
És ainda um anjo, um querubim
Mas o tempo te transformará
Serás um bebê, depois um piá.
Tenho tantas coisas para te contar:
Por que as estrelas brilham sem parar
Por que a água é assim molhada
E por que a Terra não fica só parada
E outras, que hás de me perguntar
As quais não saberei te explicar.
Saibas que será com gosto
Que verei em teu rosto
O primeiro sorriso desabrochar
A primeira palavra a balbuciar.
Mas agora és um pequeno ser
Que ainda está por nascer
Então penso, imagino
Como será teu olhar, menino?
Serão teus gestos comedidos?
Ou, quem sabe, assaz atrevidos?
Ah! meu filhote de gente!
Não supões como estou contente
Como ansioso estou por te ver
Para te dizer: muito prazer!
Tu que carregarás um nome abençoado
Sim, porque o seu significado
É, vê só, presente divino
Que ironia, meu pequenino:
Mateus é o presente de deus!
E pouco importa se teu pai é ateu
Ou um crente muito fervoroso
Pois és fruto de ato amoroso
És deleite indescritível
Felicidade possível
Nossa continuidade
Nossa eternidade
Tu que para mim já és tão lindo
Que sejas, então, muito bem-vindo!
Para bem junto dos olhos meus
Meu amado menino Mateus.
Mateus