Fazia frio naquela noite. O Coritiba enfrentava o Botafogo/RJ pela Copa do Brasil e perdia de 1 a 0. Nossos bravos jogadores sequer conseguiam arquitetar um mísero ataque que ameaçasse a meta adversária. Na arquibancada milhares de torcedores se dividiam entre a aflição e a resignação. A certa altura, meu filho disse sem tirar os olhos do jogo: Pai, seria tão bom se a gente torcesse para um time que fizesse gol. Eu, abraçando-o, pedi desculpas por metê-lo naquela "fria". Se ele lá estava era naturalmente por minha causa. Conformado, disse-me que tudo estava bem. O tempo passou e ontem, no mesmo estádio, vimos o Coxa massacrar o Palmeiras, pela mesma Copa do Brasil, com o estupendo placar de 6 a 0. Um espetáculo futebolístico. Talvez o melhor jogo da história centenária do nosso time. Como é bom ter uma paixão, que nos faça rir, que nos faça chorar ou até as duas coisas ao mesmo tempo. Mas, sobretudo, que nos faça vivos. Assim é o futebol. Assim é a vida.
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