O que me impressiona na cidade do Rio de Janeiro não é seu apelo turístico, um tanto superestimado a meu ver. Tampouco sua violência, igualmente superestimada, já que, além de setorizada, tem nome e sobrenome. Também não é a arquitetura dos prédios de Copacabana, colados demais para meu gosto. Não, não é o centro da cidade, muito mais decadente do que charmoso. O que me impressiona na cidade do Rio de Janeiro é que lá as pessoas gostam de viver a vida da cidade. Explico: no Rio, ao contrário de outras metrópoles brasileiras, o outro não representa uma ameaça em potencial, mas alguém pronto para se trocar palavras amistosas. Nas chamadas horas livres, as ruas cariocas estão repletas de pessoas que, transitando livremente, aproveitam o que a cidade tem de melhor, que são as próprias pessoas, vivas, sonoras, alegres. Restaurantes e bares se estendem sem medo até às calçadas. Grata surpresa: lá ainda existe cinema com portas voltadas para a rua. Que bela e nostálgica visão. É justamente essa vida espontânea, humana, que os shoppings tentam, sem sucesso, recriar. Amo minha cidade, Curitiba, mas confesso que neste último fim de semana, distraído, imaginei-me desfrutando diariamente de toda a vida alegre que circula solta pelas ruas do Rio de Janeiro.
como carioca fiquei feliz..um beijo/rosa
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