terça-feira, 3 de maio de 2011

A expressão máxima da inveja

Há muito que Osama bin Laden havia se transformado num mero fantasma, um espectro a esgueirar-se por entre sombras e escombros, e sua morte, ainda que emblemática, infelizmente, não altera o curso do fanatismo no mundo, pois este tem vida própria. 
Engana-se quem pensa que inveja é apenas querer o que outro tem, é mais, é não querer que o outro tenha. Por essa razão penso no terrorismo como a expressão máxima da inveja, resultado de um profundo sentimento de inadequação; e no fanatismo, não como fonte dessa inveja, e sim sua forma.  No fundo, todos, independente de origem, raça ou credo, queriam ter a vida que se vê no cinema americano: ruas cheias de árvores e lindas casas sem muros. Apesar de ilusória, essa imagem de vida ideal, repleta de sorrisos e liberdade, causa reações variadas e impactantes. Não, a culpa desse sentimento de inadequação não é do cinema americano e nem dos próprios americanos. A culpa é da própria condição humana que, aliada à vida miserável de muitos povos, torna-se terreno fértil para a proliferação de líderes execráveis, da ignorância, do ódio, do fanatismo e, principalmente, da inveja.  




6 comentários:

  1. Concordo com o que foi dito.
    Parabéns
    Geraldo

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  2. Osama e terrorismo não são uma coisa só. Continuamos tão vulneráveis quanto antes. A busca desenfreada por "justiça" serve apenas para reforçar o torpor normótico em que vive a sociedade e criar uma falsa sensação de controle. Situações como essa só tornam mais claros os abismos sociais existentes entre os seres humanos, trilhas perigosas por onde caminha a humanidade.

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