CRER OU NÃO CRER: EIS A QUESTÃO
A frase do título, inspirada na proposição de Shakespeare, induz pensar que crer ou não em Deus seria fruto de uma escolha consciente em face da conjuntura do universo. Nada mais equivocado. Não é opção; é consequência. Por trás da racionalidade humana está o desamparo, incólume e intangível, motivado pela sina de se ter consciência num mundo caótico. A existência de Deus, obviamente, seria a antítese para esse mesmo caos. Mas esse desamparo não se limita à questão existencial universal, isso porque intimamente ligado às questões existenciais de caráter individual. Insere-se aí o resultado das relações primárias da infância, quando as necessidades são satisfeitas ou frustradas visceralmente. Por essa razão, tais sensações permanecem por toda vida. Assim, a crença ou a descrença será, em parte, resultado da imitação, negação, frustração, aprovação, carência ou outro sentimento assim permeado. Mas só em parte, porque somos seres individuais e reagimos emocionalmente também de modo individual em face da vida, inclusive com a capacidade de seguir em frente. Assim, crer ou não crer em Deus não depende de uma conversão, e sim de uma combinação específica de emoções, independente de qualquer convencimento racional. Mas não nos enganemos, com ou sem fé, em maior ou menor proporção, sempre haverá o desamparo.
Lendário amigo:
ResponderExcluirParece que esse Mundo não tem mais nada a oferecer de bom para as pessoas inteligentes, salvo um efêmero instante de alegria.Por isso que Jesus afirmou que "meu reino não é desse Mundo". Creio que é disso que ele queria "salvar as pessoas" Quanto ao crer em Deus, acredito que a Terra com todas as suas mazelas, não é argumento suficiente para provar ou refutar a existência de Deus. Na minha opinião o que importa são os resultados. Ser cristão e não apresentar milagres é incoerente. Ser ateu e ser infeliz também é inútil.Continuemos a Busca!