quinta-feira, 24 de novembro de 2011

DOIS DIAS, DOIS TERREMOTOS

Santiago, terça-feira, 4:42 da manhã. Estou no quarto de um hotel. Acordo sobressaltado com um som que parece vir da porta. A fechadura vibra. Em seguida vejo que não é só a fechadura, o armário e a cama também tremem. Cogito, sonolento, a improvável hipótese de um casal fazendo sexo no quarto ao lado. Mas, de repente, tudo se acalma, volta o silêncio e só nesse momento atino para o que realmente acontecera. Curitiba, quarta-feira, 8:20 da manhã. Estou no consultório de um cardiologista. A consulta é de rotina, mas recebo um diagnóstico inesperado cuja gravidade será confirmada ou descartada por outros exames que farei nos próximos dias. Novamente sinto a terra tremer. Dentro de mim, a mesma sensação de impotência, fragilidade e desamparo. Mais tarde me ocorre como o eletrocardiograma, com seus "rabiscos", é parecido com a medição da magnitude dos terremotos. O desta terça foi de 5,6 graus na escala Richter. Não causou danos; só susto aos menos acostumados. Então a vida seguiu normal, tanto lá quanto aqui, mas não sem a lembrança da vulnerabilidade que nos espreita.



2 comentários:

  1. Djalma
    Realmente somos impotentes diante da grandeza da natureza, tanto humana como do planeta e do universo.
    Abraços do amigo
    Geraldo

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