segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

CORRENDO DA CHUVA

Meu primo e eu caminhávamos distraídos pelas areias da Praia Alegre. Súbito, percebemos uma forte chuva se aproximando pelas nossas costas. Como bons piás que éramos, desafiamos a tempestade, começando a correr dela. Lépidos, corríamos como loucos com aquele aguaceiro todo quase lambendo nossos calcanhares. O som e a visão dos pingos se aproximando, mas sem nos alcançar, causava-nos um prazer inebriante. Por fim, ganhamos a corrida. Afinal a chuva só nos alcançou porque saímos da areia, quando tomamos o rumo de casa. Rimos muito, extasiados com aquela inusitada brincadeira de pega-pega com a natureza. Hoje vejo as lições daquele distante fim de tarde dos anos 1970: uma, não adianta fugir da chuva, pois cedo ou tarde ela chega; outra, é possível fazer o próprio caminho antes disso. E mais esta, talvez a definitiva: a vida, sempre breve e intensa, não é mais que uma chuva de verão. 



Nenhum comentário:

Postar um comentário