Uma passagem bíblica que sempre me intrigou é a intitulada "A família de Jesus". A cena é conhecida: Cristo falava a uma multidão quando alguém veio avisá-lo que sua mãe e seus irmãos estavam do lado de fora e queriam vê-lo. Quem é minha mãe? Quem são meus irmãos? Vocês que me seguem são a minha mãe e meus irmãos. Essa foi a sua resposta. Nenhuma palavra de carinho ou acolhimento. Não há no texto notícia de que Jesus os tenha recebido. A interpretação nos sugere justamente o contrário. Não julgo o fato em si porque problema de família todos temos. Porém sou tentado a imaginar a sequência dos acontecimentos, uma cena tão triste quanto cômica. Maria, atônita por seu primogênito não querer vê-la, ensaia um choro, mas não sem ouvir a censura ciumenta dos filhos: Está vendo, mãe? Ele não quer mais saber da gente. Nós bem que avisamos, mas a senhora insistiu... Perdemos a viagem e ainda passamos essa vergonha. Agora é pegar a estrada porque a viagem é longa. Bem fez o pai de ficar em casa.
"Intellige ut Credas,Crede ut Intelligas" - Sto. Agostinho.
ResponderExcluirE ele disse ainda mais: "Crer em Deus, não é matéria de fé, mas de conhecimento".
E digo eu: "quem quer crer encontra um meio. Quem não quer, encontra uma desculpa". esta passagem fala de foco, de ordem de importância e de direito de acesso.Não apenas junção de pessoas. Mas união em torno do que é maior, mais elevado e transcendente.
Abraço
Sandra Beatriz
Obrigado pela leitura e comentário, Sandra. Abraço de sempre.
ResponderExcluirCaro amigo.
ResponderExcluirBom saber que fazes leituras.
A interpretação é justamente ao contrário: há tanto amor em Seu coração que para Ele não existe essa distinção carnal que nós, homens limitados e imperfeitos, possuímos. Ele ama a todos da mesma forma não importando os laços de sangue.
Consegue imaginar um mundo onde todos se amam como irmãos?
Abração
Obrigado, Dudu, tanto pela leitura quanto pelo comentário. Sim, eu sei que essa passagem fala de uma irmandade universal, algo sonhado desde sempre, maior do que os laços de sangue. Ocorre que uma coisa não exclui a outra e foi esse ponto que, literariamente, pretendi abordar. Abraço.
ResponderExcluirQuerer acolher a todos é correr o risco de não acolher de fato ninguém. Adorei seu post, querido amigo. Para mim não precisou de legendas. Beijos.
ResponderExcluirPara se fazer entender, diante da rusticidade e ignorância da época, Cristo utilizava muito da linguagem própria de parábolas.É necessário Entendê-lo dentro de um contexto,mais universal e perene, do que uma citação isolada.Por isso,concordo e assino embaixo no post do Dudu.
ResponderExcluirAbraços,
Silvio Küster
Obrigado, Vanessa e Tio Silvio por seus comentárioas. A interpretação de um texto é livre. Trata-se de um direito do leitor. O autor das palavras não tem controle algum sobre isso. Abraços.
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