quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

PÃO COM BANANA

Trabalhavam juntos. O pai, marceneiro experiente, calejado pela faina e pela vida. O filho, jovem e ávido por aprender o ofício familiar. Fabricavam e instalavam móveis. Na hora do almoço, sentavam em qualquer canto para comer. Em regra, duas marmitas de arroz, feijão e carne. Um dia, porém, a refeição restringiu-se a sanduíches. Na verdade, dois humildes pães com banana. O filho logo comeu a sua parte. Já o pai sequer tocou na comida. Estranhando, perguntou se o pai não estava com fome. Não, hoje não estou. Posso comer o seu? Sim, pode. Então, tal como antes, ele comeu o segundo sanduíche. O jovem não tinha maturidade nem sensibilidade para perceber que o pai estava, sim, com fome e que, apesar disso, preferiu ver o filho bem alimentado. Comovido com essa lembrança, o filho, hoje homem feito, ainda sente remorso. É quando, inconformado e arrependido, pergunta-se por que não se conteve, por que comeu aquele pão com banana de seu pai querido.


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