quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O homem e suas cidades

Uma coisa bonita da humanidade é a sua relação com as cidades. Nelas se nasce, se cresce, se vive, se morre e se é enterrado. Pessoas passam, muitas, mas as cidades sobrevivem porque sempre uma geração entrega sua tutela nas mãos da seguinte. Desse modo a história dos que já pereceram fica viva, fincada nas pedras de suas calçadas. Vidas distintas ou mesmos parecidas dentro um só cenário, quantas? As cidades, vivas que são, mudam, crescem, incham, ficam mais feias ou mais bonitas (dependendo da idade de quem a contempla), mas a sua alma, a sua essência, está sempre lá, intacta. Sou um admirador profundo das cidades; elas representam tudo o que somos capazes de realizar, para o bem e para o mal, sem dissimulação.

2 comentários:

  1. Caro Djalma, este seu post me fez lembrar de um livro muito lindo do João do Rio chamado "A Alma Encantadora das Ruas". Nele o autor nos mostra que as cidades são nada mais que o conjunto de suas ruas, onde de coadjuvantes elas se tornam personagens principais. Se vc pensar bem, primeiro somos de uma rua, depois de um bairro, e só então de uma cidade. Separei alguns trechos aqui para vc ler: "A rua nasce, como o homem, do soluço, do espasmo. Há suor humano na argamassa do seu calçamento. Cada casa que se ergue é feita do esforço exaustivo de muitos seres,(...). A rua sente nos nervos essa miséria da criação, e por isso é a mais igualitária, a mais socialista, a mais niveladora das obras humanas.(...)Para compreender a psicologia da rua não basta gozar-lhe as delícias como se goza o calor do sol e o lirismo do luar. É preciso ter espírito vagabundo, cheio de curiosidades malsãs e os nervos com um perpétuo desejo incompreensível, é preciso ser aquele que chamamos flâneur e praticar o mais interessante dos esportes — a arte de flanar."
    Bem, eu sou uma autêntica flanadora das ruas de Curitiba. Aliás, Curitiba é uma das coisas que eu gosto de chamar de minhas...Bjs.

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  2. Muito lindo o que vc escreveu e o que você transcreveu, amiga querida.

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