Ser submisso é o que ninguém deseja num tempo onde a liberdade de escolha é um bem supremo. Sei que piso em terreno capcioso, mas ser submisso em determinado momento ou aspecto da vida nos dá segurança. Quando criança precisamos da submissão a um adulto até termos maturidade psíquica para agirmos com autonomia. Dar precocemente liberdade de escolha aos filhos é um desserviço. Na verdade pais que fazem isso tentam tirar de si o fardo da responsabilidade à guisa de serem "legais". Veja-se o exemplo dos cães: cão submisso ao dono tende a ser confiante e tranquilo; cão dominante, desconfiado e agressivo. Pois bem, e no relacionamento amoroso adulto cabe a submissão? Talvez sim, desde que estabelecida naturalmente. Se João tem mais liderança que Maria, esta poderá ser submissa a ele nesse ponto. E se Maria é melhor com as finanças que João, este poderá ser submisso a ela nesse aspecto. Muitos conflitos entre casais surgem da desarmonia entre as respectivas submissões e dominâncias. Se ambos tiverem a sabedoria para perceber e conviver com isso, poderão poupar e potencializar energias para enfrentar os desafios do dia a dia. Mas repita-se: para ser legítima uma dominância nunca poderá ser imposta.
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