domingo, 18 de setembro de 2011

IT'S NEW YORK

Uma festa para os cinco sentidos: é assim que sempre percebo Nova York em minhas esporádicas mas constantes visitas. Viva, linda, pulsante, tanto antes quanto depois do fatídico Onze de Setembro. Recentemente fui pela primeira vez até o Ground Zero, dias antes da inauguração da bela Plaza Memorial. Nunca tinha tido antes tal curiosidade; sempre achei um programa meio mórbido. Confesso, porém, que não vi nada além de um imenso canteiro de obras. Mentiria se dissesse que senti alguma vibração ou emoção especial. Essa aparente alienação tem uma justificativa:  é que a surrealidade de um acontecimento como aquele transcende minha capacidade de compreensão material, mesmo estando no local de sua ocorrência. Aliás, justamente para isso serve um memorial: dar materialidade ao absurdo vazio da perda. Mas Nova York não é a cidade do luto nem da dor. Não lhe cabe o triste papel de vítima. Porque seus alicerces não estão fincados em arranha-céus, ainda que estes façam parte do seu DNA. O que a sustenta é o sonho comum àqueles que a fizeram como de fato ela é: uma metrópole tão caótica quanto adorável. 



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