quarta-feira, 7 de setembro de 2011

POR QUE EU?

Não gosto quando me sinto diferente dos outros. Sim, eu sei, somos todos diferentes. Mas, existencialmente falando, somos muito mais iguais que diferentes. Feitos de carne e osso, padecemos das mesmas angústias, independentemente de onde estamos, do que somos ou do que temos. Por isso não gosto de quem, a despeito disso, acha-se diferente, especial, ungido, protegido. Seja por sua origem, qualidades, raça, classe, formação, religião, seita etc. Humildade não é a qualidade de quem se acha menos, mas justamente de quem se sente igual. Ser humilde, então, não é algo simples. O mundo se divide entre os que se acham mais e os que se acham menos. Os primeiros sentindo-se donos de tudo; os segundos, vítimas de tudo. Não bastasse, tais sentimentos estão em todos, em diferente escala, é verdade, mas igualmente ávidos e famintos. É compreensível, por isso, deparar-se com uma situação dramática e perguntar: por que eu? Compreensível mas nada humilde. Talvez outra pergunta simples responda essa aparente insolúvel questão existencial: por que não eu?



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