Antes não tivesse visto, mas vi. O homem velho desolado na calçada porque sua cachorrinha, cuja guia ele deixara mais frouxa do que deveria, acabara de ser atropelada e morta. Tal como eu, uma mulher, saída da lanchonete em frente, aproximou-se. Oferecemos ajuda, embora pouco pudesse ser feito. Ela colocou a cachorrinha numa sacola. O velho permanecia na mesma posição, tomado pela perplexidade e, principalmente, pela culpa. Ela era minha companheira há nove anos. Eu me distraí... Disse sem tirar o olho do asfalto manchado de sangue. Quis saber onde morava. Ele apontou numa direção, mas estava indo ver a filha, veterinária, que logo apareceu. Onde está a Flora?, perguntou assustada. O homem apenas mostrou a sacola. Então se abraçaram e choraram, de um modo tão comovente, intenso e sofrido quanto um choro pode ser.
Djalma,
ResponderExcluirAlgo assim aconteceu comigo, mas eu estava no lugar do velho.
Aquele que perde seu animal de estimação perde uma parte de seu coração. Se vai um companheiro de as horas, em especial as mais difíceis. Naqueles momentos em que não conseguimos conversar com ninguém, nosso pet escuta sem julgar e sem questionar, o que permite desabafarmos e abrirmos nossa mente o suficiente para encontrarmos um saída, uma idéia, uma luz. Ou, no mínimo, para chegarmos à conclusão de que de nada importa perdermos o sono, quando a maior alegria do mundo está numa caminhada na praça.
Um grade abraço, meu e da Geléia.
Obrigado, Alberto, por compartilhar seu comentário. Abraço forte.
ResponderExcluir